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Arquivos de Categoria: Pneumologia

O que é Importante dizer ao Pediatra sobre a Criança com Asma

24 domingo jun 2012

Posted by Jazz in Imunologia, Para Leigos, Pneumologia

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anamnese, asma brônquica

O questionário TRACK é baseado nas áreas de prejuízo e de risco que são parte do consenso publicado pelo Programa Nacional de Educação e Prevenção em asma.

O questionário de múltipla escolha deve ser completado pelo cuidador da criança e contem apenas cinco questões:

1.    Durante as últimas 4 semanas, com que freqüência seu filho foi incomodado por problemas respiratórios, como chiado, tosse ou respiração curta?

2.    Durante as últimas 4 semanas, com que freqüência seu filho acordou à noite por problemas respiratórios?

3.    Durante as últimas 4 semanas, com que intensidade os problemas respiratórios de seu filho interferiram em sua capacidade para brincar, ir à escola, ou realizar atividades habituais que uma criança faz na idade dele?

4.    Durante os últimos 3 meses, com que freqüência você precisou tratar os problemas respiratórios de seu filho com medicações de alívio imediato?

5.    Nos últimos 12 meses, com que freqüência seu filho necessitou de receber corticosteróides orais para problemas respiratórios não controlados por outras medicações?

Cada resposta recebe de 0 a 20 pontos com base em uma escala tipo Likert de 5 pontos, para uma pontuação total de 0 a 100 pontos. Um ponto de corte de 80 tem a acurácia de separar as crianças que estão com os sintomas controlados daquelas que não estão.

As 5 questões foram retiradas de um esboço de questionário com 33 itens que foi analisado em um estudo prévio. Esse estudo envolveu 486 cuidadores de crianças pré-escolares acompanhadas por especialistas em asma.

Os autores do estudo apontam que avaliar o controle de crianças jovens pode ser desafiador por causa da falta de medidas objetivas da função pulmonar. Além disso, os sintomas de asma podem mimetizar aqueles de outras doenças comuns da infância.

E mais, rastrear sintomas é uma preocupação maior nos pré-escolares porque eles tendem a necessitar de mais visitas ao seu médico e a serviços de emergência com mais freqüência do que crianças mais velhas, e seu adoecimento pode estar associado com maior morbidade.

Fonte

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Erro alimentar nos primeiros meses de vida e sua associação com asma e atopia em pré-escolares

21 quinta-feira out 2010

Posted by Jazz in Imunologia, Nutrição, Pneumologia, Puericultura

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asma, atopia, primeiros meses

doi:10.2223/JPED.2031

Simone Z. StrassburgerI; Márcia R. VitoloII; Gisele A. BortoliniIII; Paulo M. PitrezIV; Marcus H. JonesIV; Renato T. SteinIV

IMestre. Programa de Pós-Graduação em Medicina/Pediatria e Saúde da Criança, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Porto Alegre, RS.
IIDoutora. Professora adjunta, Departamento de Saúde Coletiva, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Porto Alegre, RS.
IIIMestre. Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas, UFCSPA, Porto Alegre, RS.
IVDoutor. Professor adjunto, Departamento de Pediatria, Faculdade de Medicina (FAMED), PUCRS, Porto Alegre, RS.

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A proibição do cigarro reduz admissões hospitalares de crianças com asma.

28 terça-feira set 2010

Posted by Jazz in Pneumologia, Puericultura

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asma, cigarro, poluição, tabagismo

16 de setembro de 2010 – A proibição de fumar em lugares públicos, na Escócia, instituída em março de 2006, reduziu a taxa de internações por asma na infância, sugerem os resultados de novas pesquisas.

Daniel Mackay, PhD, da Universidade de Glasgow, na Escócia, e seus colegas publicaram suas descobertas na edição de 16 de setembro do New England Journal of Medicine.

Segundo os pesquisadores, o Smoking, Health and Social Care (Scotland) Act proibiu o fumo em todos os lugares públicos fechados e locais de trabalho, na Escócia, a partir de 26 de março de 2006.

“A legislação tem sido extremamente bem sucedida em seu objetivo principal de reduzir a exposição à fumaça ambiental do tabaco em locais públicos, como bares”, observam os autores. Além disso, a legislação reduziu a exposição das crianças ao fumo ambiental do tabaco, apesar da possibilidade do tabagismo ser deslocado para dentor de casa; mas não está claro se o risco de asma infantil também diminuiu.

Os pesquisadores coletaram dados de rotina administrativa do hospital e verificou todas as internações por asma, na Escócia, entre janeiro de 2000 a outubro de 2009 entre crianças menores de 15 anos.

Antes da proibição de fumar, as admissões de asma foram aumentando numa média de 5,2% ao ano (95% intervalo de confiança [IC], 3,9% – 6,6%). Após a proibição, a taxa de internações diminuiu 18,2% ao ano em relação à taxa de 26 de março de 2006 (95% CI, 14,7% para 21,8%, P <0,001). As taxas foram reduzidas, tanto em crianças pré-escolares e escolares.

Vários fatores, incluindo idade, sexo, residência urbana ou rural, região da condição socioeconômica não teve efeito sobre o resultado.

As limitações do estudo incluem apenas que as exacerbações graves o suficiente para justificar a internação foram incluídas. Além disso, as informações sobre tabagismo individual não estavam disponíveis e, portanto, se a redução observada na asma foi um resultado da redução da exposição à fumaça ambiental do tabaco em casa, a exposição à fumaça ambiental do tabaco em locais públicos, uma redução do tabagismo ativo entre os crianças em idade escolar, ou uma causa não relacionada que não pôde ser determinada.

“Após a introdução de legislação antifumo global, houve uma redução na incidência de asma entre as pessoas que não têm exposição a fumaça ambiental do tabaco”, concluem os autores.

Eles acrescentam que a “exposição total das crianças ao fumo ambiental do tabaco, medida objetivamente com a utilização de concentrações de cotinina salivar, tem caído desde a implementação da legislação da Escócia”.

The study was supported by a project grant from National Health Services Health Scotland. One author reports individual employment by National Health Services Scotland; another chairs the Committee on Medical Effects of Air Pollution for the UK Department of Health. The other authors have disclosed no relevant financial relationships.

N Engl J Med. 2010;363:1139-1145

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Consumo de vegetais, frutas e antioxidantes durante a gestação, sibilo e eczema em crianças.

10 sexta-feira set 2010

Posted by Jazz in Nutrição, Pneumologia, Puericultura

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atopia, bebê chiador, gestação

Miyake Y, Sasaki S, Tanaka K, Hirota Y. Consumption of vegetables, fruit, and antioxidants during pregnancy and wheeze and eczema in infants. Allergy 2010; DOI: 10.1111/j.1398-9995.2009.02267.x.

Cenário: Dois estudos prévios de coorte mostraram relações inversas entre a ingestão materna de vitamina E e zinco durante a gestação e o risco de sibilos e/ou asma no neonato. Investigou-se a associação entre a ingestão materna de vegetais, frutas e antioxidantes selecionados durante a gestação e o risco de sibilos e eczema nos infantes com idade entre 16-24 meses.

Métodos: O estudo incluiu 763 pares de mães e filhos japoneses. Os dados com respeito à dieta materna durante a gestação foram avaliados por meio de um questionário específico. Os dados referentes à ocorrência de sibilos e eczema foram baseados nos critérios do Estudo Internacional da Asma e Alergias na Infância.

Resultados: Uma maior ingestão materna de vegetais verdes e amarelos, frutas cítricas e beta caroteno durante a gravidez associou-se significativamente à redução no risco de eczema no infante, mas não de sibilos {razão de chances (RC) ajustada entre os extremos de quartil [intervalo de confiança (IC) 95% = 0,41 (0,24-0,71), 0,53 (0,30-0,93) e 0,52 (0,30-0,89), respectivamente}. O consumo materno de vitamina E durante a gestação relacionou-se significativamente de modo inverso ao risco de sibilos no infante, mas não de eczema [RC ajustada (IC 95%) = 0,54 (0,32-0,90)]. Não foram observadas associações significativas de exposição/resposta entre a ingestão materna total de vegetais, vegetais outros que não os verdes e amarelos, frutas, maçãs, alfa caroteno, vitamina C ou zinco e o risco de sibilos ou eczema nos infantes.

Conclusões: O maior consumo materno de vegetais verdes e amarelos, frutas cítricas e beta caroteno durante a gravidez pode oferecer proteção contra o desenvolvimento de eczema no infante. A maior ingestão materna de vitamina E durante a gestação pode reduzir o risco de sibilos no infante.

Comentários

Dr. Ataualpa P. dos Reis
Doutor em Imunologia e Bioquímica pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e professor convidado de pós-graduação da UFMG e da Santa Casa de Belo Horizonte.

O estudo de Miyake Y et al conclui que uma maior ingestão materna de vegetais verdes e amarelos, frutas cítricas e beta caroteno durante a gravidez associou-se significativamente à redução no risco de eczema no infante, mas não de sibilos {razão de chances (RC) ajustada entre os extremos de quartil [intervalo de confiança (IC) 95% = 0,41 (0,24-0,71), 0,53 (0,30-0,93) e 0,52 (0,30-0,89), respectivamente}. O consumo materno de vitamina E durante a gestação relacionou-se significativamente de modo inverso ao risco de sibilos no infante, mas não de eczema [RC ajustada (IC 95%) = 0,54 (0,32-0,90)]. Não foram observadas associações significativas de exposição/resposta entre a ingestão materna total de vegetais, vegetais outros que não os verdes e amarelos, frutas, maçãs, alfa caroteno, vitamina C ou zinco e o risco de sibilos ou eczema nos infantes.

Estudos observacionais como este vêm sendo utilizados desde 1997 em relação à dieta da mãe e consequente correlação com asma e eczema atópico na infância. No entanto, uma revisão de literatura de 2005 publicada no Journal of Allergy Asthma and Immunology1 e o GINA 2009 (Global Initiative for Asthma)2 concluíram que faltam ainda dados de literatura em estudos validados com ensaios multicêntricos, randomizados e duplo cegos controlados para confirmar tais achados. Ensaios com dietas, complemento dietético, antioxidantes, homeopatia, acupuntura, medicina fitoterápica, carecem de estudos validados para comprovação da eficácia 3. Estudos anteriores com suplementos dietéticos, incluindo o selênio, para proteção contra asma e doenças atópicas não revelaram eficácia 4.


Referências:

1. Devereux G, Seaton A. Diet as a risk factor for atopy and asthma. J Allergy Clin Immunol 2005.115:1109-1117.
2. GINA 2009 (Global Initiative for Asthma) . Gina website at: www.ginasthma.org.
3. Hondras MA, Linde K, Jones AP. Manual Therapy for Asthma. Cochrane Database Sys Rev 2005(2): CD001002.
4. Shaheen SO et al. Randomised, double blind, placebo controlled trial of selenium supplementation in adult asthma. Thorax 2007 jun; 62(6): 485-90.

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Qualidade de vida em adolescentes asmáticos: avaliação da gravidade da asma, comorbidade e estilo de vida

26 sábado dez 2009

Posted by Jazz in pediatria, Pneumologia

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asma

doi:10.2223/JPED.1957

Katia T. NogueiraI; José Roberto L. SilvaII; Claudia S. LopesIII
IDoutora, Epidemiologia. Médica, Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ.
IIProfessor titular, Pneumologia, Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ.
IIIProfessora adjunta, Departamento de Epidemiologia, Instituto de Medicina Social, UERJ, Rio de Janeiro, RJ.

Correspondência


RESUMO

Objetivo: Avaliar a qualidade de vida (QV) de adolescentes asmáticos e sua associação com a gravidade da asma, doenças crônicas e estilo de vida.
Método: Estudo seccional em 210 adolescentes asmáticos entre 12 e 21 anos de ambos os sexos. Utilizou-se questionário autopreenchível, o Paediatric Asthma Quality of Life Questionnaire. Variáveis explicativas: doenças alérgicas, uso de medicamentos, fumo passivo, trabalho, gravidade da asma e estilo de vida. As análises consideraram o desfecho dicotômico (QV boa/ruim) a partir da média dos escores. Modelos lineares generalizados (log-binomial) foram utilizados para o cálculo de razões de prevalência (RP) brutas e ajustadas.
Resultados: Quarenta e seis por cento das meninas e 57% dos meninos apresentavam uma QV ruim. Não houve correlação entre doenças crônicas e QV ruim. Escolaridade baixa, uso de medicamentos, fumo passivo e trabalho tiveram relação estatisticamente significativa (p < 0,05) com QV ruim. A análise ajustada mostrou que asma grave (RP = 1,53; IC95% 1,12-2,11), uso de medicação (RP = 1,58; IC95% 1,09-2,28), ter menos de 5 anos de diagnóstico de asma (RP = 1,30; IC95% 0,97-1,86), fumo passivo (RP = 1,38; IC95% 1,35-2,00) e estar trabalhando (RP = 1,30; IC95% 0,96-1,74) se associavam a QV ruim.
Conclusão: A equipe multidisciplinar necessita enfrentar esse desafio que é manter a boa QV, visando a uma melhor adequação desse paciente à sociedade e a ele próprio.

J Pediatr (Rio J). 2009;85(6):523-530: Qualidade de vida, asma, adolescentes, doença crônica.


ABSTRACT

Objective: To assess the quality of life (QoL) of asthmatic adolescents and its association with asthma severity, chronic diseases, and life style.
Method: Cross-sectional study involving 210 female and male asthmatic adolescents between 12 and 21 years old. The Paediatric Asthma Quality of Life Questionnaire, a self-administered instrument, was used. Explanatory variables were: allergic diseases, use of medication, passive smoking, occupational status, asthma severity, and life style. The analyses considered the dichotomous outcome (good/poor QoL) based on the mean scores. Generalized linear models (log-binomial) were used to calculate the crude and adjusted prevalence ratios (PR).
Results: Forty-six per cent of the girls and 57% of the boys had poor QoL. There was no correlation between chronic diseases and poor QoL. Low educational level, use of medication, passive smoking, and occupational factors had a statistically significant association (p < 0.05) with poor QoL. The adjusted analysis showed that severe asthma (PR = 1.53; 95%CI 1.12-2.11), use of medication (PR = 1.58; 95%CI 1.09-2.28), having asthma diagnosis established less than 5 years ago (PR = 1.30; 95%CI 0.97-1.86), passive smoking (PR = 1.38; 95%CI 1.35-2.00), and being employed (PR = 1.30; 95%CI 0.96-1.74) were associated with poor QoL.
Conclusion: A multidisciplinary team needs to face the challenge of providing good QoL with the purpose of making these patients better adapted to society and to their own needs.

J Pediatr (Rio J). 2009;85(6):523-530: Quality of life, asthma, adolescents, chronic disease.


Introdução

A asma é um problema de saúde pública e é uma das razões mais comuns de visitas a unidades de emergência dos hospitais do Brasil e do mundo. Em muitos casos, as frequentes consultas por asma refletem um controle inadequado da doença1. Os custos diretos com o tratamento da asma correspondem à soma dos gastos com medicamentos, aparelhos, consultas médicas e hospitalizações. Os custos indiretos envolvem absenteísmo à escola e ao trabalho, tanto do paciente quanto de seu acompanhante, além de perda de produtividade, aposentadoria precoce e morte2.

A asma afeta uma parcela significativa da população, principalmente crianças e adolescentes, com elevado custo social e econômico. O estudo multicêntrico International Study for Asthma and Allergies in Childhood (ISAAC)3, realizado em 56 países, mostrou uma variabilidade na prevalência de asma ativa de 1,6 a 36,8%, estando o Brasil em 8º lugar, com a prevalência média de 20%. Na população adolescente brasileira, Solé et al.4, no ISAAC – Fase 3, observaram uma prevalência média de 19% de sintomas ativos de asma.

A adolescência é o período de transição entre a infância e a vida adulta e se caracteriza pelos impulsos do desenvolvimento físico, mental, emocional, sexual e social e pelos esforços do indivíduo em alcançar os objetivos relacionados às expectativas culturais da sociedade em que vive. A asma é uma das principais doenças da infância e da adolescência, sendo a principal doença respiratória crônica do adolescente, e suas repercussões atingem não somente o paciente, mas todo o universo familiar, podendo trazer problemas complexos e implicações a longo prazo5. Além dos problemas inerentes à adolescência propriamente dita, a associação de uma doença crônica como a asma pode gerar sensações de fracasso, de falta de esperança, de raiva, e a autocensura, a perda da autoestima e o medo representam um fardo extra para esses adolescentes. Sawyer et al.6, em um estudo de coorte, observaram um prejuízo na qualidade de vida (QV) em adolescentes com doenças crônicas como asma e diabetes.

A QV em pacientes portadores de doenças crônicas, em particular a asma, é um assunto que está sendo estudado cada vez mais.

O World Health Organization-Quality of Life Group (WHOQOL)7 definiu QV como “uma percepção individual da posição do indivíduo na vida, no contexto de sua cultura e sistema de valores nos quais ele está inserido e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”. É um conceito de alcance abrangente afetado de forma complexa pela saúde física, estado psicológico, nível de independência, relações sociais e relações com características do meio ambiente do indivíduo.

As medidas de avaliação da morbidade da asma, tais como sintomas, medidas fisiológicas, medicações e utilização dos serviços de saúde refletem apenas parte do quadro de morbidade da asma, pois não informam como os pacientes se sentem no dia-a-dia. Os questionários de QV podem ser úteis nesse aspecto, além de permitirem a validação de outras medidas de morbidade da asma8.

Estudos recentes mostraram que pacientes com asma apresentam baixa QV autorrelatada9. Mesmo sendo pior naqueles com asma grave, os relatos de baixa QV na asma moderada são consideráveis10. Qualquer que seja a gravidade da asma, ocorre redução nos domínios físico, psicológico e social, com a maioria dos asmáticos apresentando restrições na sua vida e um status de saúde pior do que o de indivíduos sem asma11-13.

Este estudo é pioneiro na nossa literatura e tem como objetivo investigar a associação entre gravidade do diagnóstico de asma, tempo de diagnóstico, comorbidade, estilo de vida e QV em adolescentes asmáticos.

Métodos, desenho e população de estudo

Trata-se de um estudo transversal de base ambulatorial. Foram considerados aptos para o estudo 240 adolescentes com asma, 35% dos 688 pacientes regularmente atendidos em um ambulatório de Alergia e Imunologia no serviço de adolescentes (12 a 21 anos) de um hospital universitário no estado do Rio de Janeiro. O período de realização da pesquisa foi de março a novembro de 2006, e todos os pacientes foram elegíveis para o estudo. Uma vez por semana, os adolescentes eram recrutados através do Ambulatório de Alergia e Imunologia (Programa de Qualidade de Vida nas Doenças Respiratórias). Apenas uma família se recusou a participar da pesquisa, e 29 questionários não estavam devidamente preenchidos em sua totalidade ou não apresentavam critérios para classificação da asma. Foram avaliados 210 adolescentes.

Como critério de elegibilidade tomou-se por base o diagnóstico de asma feito através da avaliação clínica preconizada pelo III Consenso de Asma e da prova de função respiratória. A avaliação da doença foi realizada através da classificação em leve, moderada e grave14. Foram avaliados o tempo de diagnóstico, a idade do diagnóstico e a presença de outras doenças alérgicas associadas, bem como a prova de função respiratória. A avaliação clínica foi realizada através de exame físico, medindo-se peso, altura, índice de massa corporal (IMC) e índice de Tanner. Todos os testes foram realizados pela pesquisadora no próprio ambulatório de Alergia. A prova de função respiratória foi feita no setor de Pneumologia do hospital universitário.

Inicialmente, foram coletados dados socioeconômicos e demográficos incluindo idade, sexo, escolaridade dos pais, escolaridade do adolescente, situação ocupacional do adolescente, situação conjugal do adolescente e dos pais, raça e renda familiar. Avaliou-se também a presença de animais domésticos, história familiar de alergia, uso de práticas alternativas, tabagismo, atividade física, uso de medicação e presença de outras doenças crônicas.

Para avaliação da QV foi utilizado o Paediatric Asthma Quality of Life Questionnaire (PAQLQ), desenvolvido por Juniper et al.15 especificamente para ser utilizado em estudos clínicos para avaliação e acompanhamento da asma e inicialmente validado e publicado na língua inglesa. O PAQLQ foi validado e adaptado em outras línguas e em outros países, inclusive no Brasil16. Vários outros questionários foram desenvolvidos para avaliar a QV em crianças e adolescentes com asma15,16.

Esse instrumento possui 23 itens e três domínios (sintomas, limitação física e aspectos emocionais) e é capaz de quantificar mudanças na QV do indivíduo ao longo do tempo. Sua validação para o português (do Brasil) foi feita por La Scala et al.17, sendo, o questionário, construído para ser aplicado em crianças entre 7 e 17 anos mediante entrevistas face a face ou por autopreenchimento com duração média de 10 minutos. As opções de resposta para cada item foram classificadas em uma escala de 7 pontos, onde 1 indica o máximo prejuízo e 7, nenhum prejuízo. Os resultados são expressos como média dos escores totais. A QV foi tratada como variável dicotômica (boa, ruim) através da média dos escores.

As variáveis sociodemográficas e econômicas incluídas no questionário foram: sexo, raça (branca, preta, parda), idade (menor que 15 anos e maior ou igual a 15 anos), escolaridade dos pais, escolaridade do adolescente (ensino fundamental incompleto, ensino fundamental completo, médio incompleto, médio completo e ensino superior), situação conjugal do adolescente e dos pais, renda familiar (até um salário mínimo, entre um e dois salários mínimos, de dois a quatro salários mínimos e mais de cinco salários), se o adolescente mora com os pais ou outras pessoas e quantas pessoas há no domicílio. Como variáveis explicativas, usamos a classificação da asma (leve, moderada, grave), tempo de diagnóstico da doença (menor que 5 anos e maior que 5 anos), presença de outras doenças crônicas e/ou alérgicas (rinite, conjuntivite alérgica, dermatite atópica, dermatite de contato, urticária), tabagismo passivo e ativo, uso de práticas alternativas, se trabalhava ou se praticava alguma atividade física e presença de animais domésticos.


Análise dos dados

Para a entrada dos dados, foi utilizado o programa Epi-Info 2000. Numa primeira etapa foram produzidas e examinadas as distribuições de frequência e gráficos de cada variável no estudo. Em seguida, quando a QV foi tratada como variável dicotômica, análises bivariadas e multivariadas entre variáveis de exposição e desfechos foram avaliadas através de razões de prevalência (RP). Nas análises bivariadas, os testes de qui-quadrado (independência) e exato de Fisher foram utilizados para avaliar significância estatística entre as associações, com nível de significância de 5%.

Na análise multivariada, embora o modelo tradicional de regressão logística seja frequentemente utilizado em estudos de prevalência, neste estudo optou-se pelo modelo de regressão log-binomial17,18, uma vez que este é capaz de estimar diretamente a RP. O modelo de regressão logística estima razão de chances (odds ratio, OR), superestimando a RP quando a prevalência do desfecho é relativamente alta na população estudada, como é no nosso caso. O modelo log-binomial foi ajustado, contendo todas as variáveis de exposição. Utilizou-se nível de significância de 0,10 para selecionar as variáveis que permaneceriam em um modelo final, com o objetivo de não ser excluído o potencial fator de confusão, e o nível de 0,05, para indicar uma associação estatisticamente significativa. Após serem selecionadas as variáveis que se associaram de forma estatisticamente significativa com o desfecho, foi ajustado o modelo final, com maior poder de explicação do desfecho em questão.

Todas as análises estatísticas foram realizadas com o auxílio do pacote estatístico R, versão 2.3.419.


Aspectos éticos

Antes da coleta de dados, os protocolos referentes à pesquisa foram aprovados pelo Comitê de Ética do Hospital Universitário Pedro Ernesto, Rio de Janeiro (RJ), ao que o Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente (NESA) se encontra submetido. A pesquisa foi considerada adequada para ser utilizada em população humana. A adesão foi voluntária, sendo informado aos adolescentes e familiares que nenhum tipo de penalidade seria aplicada aos que não desejassem participar. Após esclarecimento sobre a pesquisa, foi solicitada a leitura do termo de consentimento, um documento apresentado e assinado pelos responsáveis dos adolescentes menores de 18 anos e pelos adolescentes maiores de 18 anos que foram entrevistados. Nesse documento, os pacientes e seus responsáveis foram informados sobre a relevância do estudo e a importância de sua participação.

Resultados

Da amostra de 210 pacientes, 39% eram do sexo masculino e 54% tinham mais de 15 anos. Quanto à raça, 47% eram brancos, 19% pretos e 34% pardos. A maior parte da população era solteira (90%). Cerca de 44,7% da amostra encontrava-se no terceiro estrato de renda familiar (de dois a quatro salários mínimos), metade da população apresentava nível educacional igual ou superior ao ensino médio incompleto (51,5%), e houve uma adequação entre a escolaridade e a idade (Tabela 1).

A QV foi considerada ruim em metade dos adolescentes asmáticos de ambos os sexos. Dos meninos, 57% apresentavam QV ruim, enquanto, nas mulheres, essa porcentagem era de 46%, mas essa diferença não foi estatisticamente significante (Tabela 1).

Adolescentes com ensino fundamental incompleto (59,65%) apresentaram pior QV, sendo essa associação estatisticamente significante. Nenhuma outra variável sociodemográfica apresentou associação estatisticamente significante com QV nessa população.

As prevalências dos fatores de risco em relação à QV estão descritas na Tabela 2. A prática de atividade física não influenciou a QV. Observou-se pior QV nos que tomam medicação, nos fumantes passivos e nos pacientes com asma grave (57,76%). O IMC maior que 25 e ter animal em casa associaram-se de forma borderline com QV.


A presença de dermatite atópica mostrou-se associada de forma borderline à QV. Não houve relação entre ter outras doenças alérgicas ou uma doença crônica não alérgica e QV (Tabela 3).



O modelo final ajustado por sexo, idade, escolaridade (Tabela 4) mostrou associação marginalmente significativa entre pior QV e asma grave, usar medicamentos, ser fumante passivo e trabalhar. Ter diagnóstico de asma por um período inferior a 5 anos também demonstrou um prejuízo [RP = 1,30; intervalo de confiança de 95% (IC95%) 0,96-1,86] na QV.


Discussão

A QV em pacientes portadores de doenças crônicas e, em particular, a asma, é um assunto que está sendo pesquisado cada vez mais. Nosso estudo observou um declínio na QV em todos os graus de gravidade de asma (leve, moderada e grave), sendo que houve uma associação pior entre asma grave e QV, achado consistente com a literatura internacional. Juniper11 realizou um amplo estudo de base populacional e observou que asmáticos têm uma QV significativamente pior do que aqueles indivíduos que nunca tiveram asma. Consideramos os achados e conclusões da autora do questionário para justificativa do poder das nossas razões de prevalência mesmo que algumas delas tenham sido marginalmente significativas.

Observamos que os adolescentes que usavam medicações apresentavam QV pior (RP = 1,58; IC95% 1,09-2,28) quando comparados aos que não usavam; essa relação, de certa forma, é esperada, uma vez que os pacientes mais graves estão sujeitos a maiores exacerbações e frequentemente fazem uso de corticosteroide ou algum broncodilatador. O fato de esses pacientes fazerem uso dessas medicações de forma contínua e profilática sugere uma relação com a pior QV. A QV ruim também teve associação com o fumo passivo. Os adolescentes fumantes são mais vulneráveis a infecções respiratórias, asma, patologias bucais e redução de sua capacidade física. O fumante passivo que convive diariamente com fumantes tem uma incidência três vezes maior de infecções respiratórias, bem como aumento da incidência de doenças atópicas20.

A nossa população foi composta predominantemente por meninas (61%), o que pode ser explicado, em parte, pelo fato de que entre os adolescentes, a asma é significativamente superior nesse gênero devido a uma remissão nos meninos e a um número maior de casos novos nas meninas. Existe também maior procura da população do sexo feminino pelos serviços de saúde. Estudos recentes sugerem que fatores hormonais podem estar envolvidos nesse aumento da frequência da doença em meninas durante a adolescência. Nossos achados também estão de acordo com estudos transversais e longitudinais realizados nessa faixa etária21.

Em relação ao IMC, 17,14% dos pacientes foram considerados com sobrepeso. Na literatura, é descrito que o sobrepeso/obesidade é um fator de risco para uma maior incidência de asma, principalmente no sexo feminino22. De um modo geral, adolescentes asmáticos apresentam sobrepeso mais frequentemente do que controles sadios23,24. Kushinir25 encontrou uma associação positiva entre adolescentes obesos de 13 e 14 anos e sintomas de asma (OR = 1,51; IC95% 1,07-2,13). Em nosso estudo, a associação foi borderline.

As adolescentes asmáticas apresentavam melhor QV quando comparadas aos homens, em oposição à literatura internacional, que mostra um maior impacto da asma no sexo feminino. Outros estudos que avaliam a QV em mulheres, como Juniper et al.11 e Larson et al.26, também apontam as mulheres com pior QV.

Em nosso estudo, as características sociodemográficas e econômicas não se mostraram, de uma forma geral, associadas à pior QV. Cabe ressaltar que 59,52% das famílias têm renda familiar acima de dois salários mínimos, o que na realidade brasileira não é considerado desfavorável. Apenas a escolaridade do adolescente apresentou-se associada à QV, mas sem apresentar um padrão consistente.

É de senso comum que a sensibilização a gatos é um fator de risco para asma na infância e adolescência. Contudo, estudos epidemiológicos sobre essa associação têm fornecido achados de difícil interpretação. No nosso estudo, a associação foi borderline. Algumas pesquisas, entretanto, mostram um efeito protetor da exposição a cães e gatos sobre o desenvolvimento de asma na infância, mas não em adolescentes e adultos, enquanto que outros estudos relatam que os efeitos da associação com a asma podem variar de acordo com a idade de exposição, tipo de animal e predisposição genética27.

Em relação à QV e ao nível socioeconômico, Leidy & Coughlin28 descreveram uma relação direta e significante entre alto nível educacional e melhor QV. Schimer et al.29 sugerem que existe uma grande relação entre QV em saúde e gravidade da doença, fatores sociodemográficos e tratamento. Para La Scala et al.17, a asma afeta a QV como um todo e tem grande influência na saúde física e funcional.

Quanto aos fatores de risco, embora a concomitância de outras doenças crônicas não tenha apresentado significância estatística na QV em nosso estudo, houve elevada prevalência de rinite alérgica nos nossos pacientes (87%). De acordo com a literatura, a rinite alérgica é um problema de saúde pública e afeta de 10 a 25% da população de todo o mundo; nossos achados reforçam o conceito de “uma via aérea única”30.

A grande limitação deste estudo se refere à natureza seccional do desenho, de acordo com o qual todas as observações foram realizadas em um período limitado de tempo.

Deve-se ressaltar, também, que o estudo foi realizado numa amostra de adolescentes com características particulares, o que limita a possibilidade de seus achados serem generalizados para a população geral. Entretanto, os achados do presente estudo são consistentes com os da literatura internacional, o que reforça a necessidade de estudos longitudinais que avaliem o papel da asma e da QV no adolescente a longo prazo.

Concluindo, este estudo deixa clara a associação entre um prejuízo na QV e asma. A interpretação dos dados aponta para a necessidade de se investigar essas relações na morbidade da asma com o objetivo de subsidiar ações na área da saúde voltadas para a garantia de uma boa QV dos adolescentes com asma. Os resultados são de grande interesse para todos os que trabalham com adolescentes com doenças crônicas, em especial a asma, e também ajudarão na compreensão e identificação de fatores de comorbidade do adolescente asmático.

Referências

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2. Oliveira MA, Muniz MT, Santos LA, Faresin SM, Fernandes AL. Custo-efetividade de programa de educação para adultos asmáticos atendidos em hospital-escola de instituição pública. J Pneumol. 2002;28:71-6.

3. Worldwide variations in the prevalence of asthma symptoms: the International Study of Asthma and Allergies in Childhood (ISAAC). Eur Respir J. 1998;12:315-35. [pubmed/open access] [crossref]

4. Solé D, Wandalsen G F, Camelo-Nunes IC, Naspitz CK, ISAAC – Study Group. Prevalence of symptoms of asthma, rhinitis and atopic eczema among Brazilian children and adolescents identified by the International Study of Asthma and Allergies (ISAAC) – Phase 3. J Pediatr (Rio J). 2006;82:341-6. [pubmed/open access] [crossref]

5. Camelo-Nunes I, Sole D. Pneumologia na adolescência. J Pediatr (Rio J). 2001;77:S143-52. [pubmed/open access]

6. Sawyer MG, Reynolds KE, Couper JJ, French DJ, Kennedy D, Martin J, Staugas R, et al. Health-related quality of life of children and adolescents with chronic illness – a two year prospective study. Qual Life Res. 2004;13:1309-19. [pubmed/open access] [crossref]

7. World Health Organization Quality of life Instruments (WHOQOL). Measuring Quality of Life.2009. http://www.who.int/substance_abuse/…/whoqolbref/en.

8. Jones PW, Quirk FH, Baveystock CM, Littlejohns P. A self-complete measure of health status for chronic airflow limitation. The St. George’s Respiratory Questionnaire. Am Rev Respir Dis. 1992;145:1321-7. [pubmed/open access]

9. Opolski M, Wilson I. Asthma and depression: a pragmatic review of the literature and recommendations for future research. Clin Pract Epidemol Ment Health. 2005;27:1-18. [pubmed/open access]

10. Ford ES, Mannino DM, Homa DM, Gwynn C, Redd SC, Moriarty DG, et al. Self-reported asthma and health-related quality of life: findings from the behavioral risk factor surveillance system. Chest. 2003;123:119-27. [pubmed/open access] [crossref]

11. Juniper EF. Effect of asthma on quality of life. Can Respir J. 1998;5 Suppl A: 77A-84A. [pubmed/open access]

12. Australian Centre for Asthma Monitoring (ACAM): Measuring the impact of asthma on quality of life in the Australian population. Canberra: Australian Institute of Health and Welfare; 2004.

13. Ramírez Narváez C, González Moro P, del Castillo Gómez L, García Cos JL, Lahoz Rallo B, Barros Rubio C. [Quality of life in a population of asthmatic children]. Aten Primaria. 2006;38:96-101. [pubmed/open access] [crossref]

14. III Consenso Brasileiro no Manejo da Asma (CBMA). J Pneumol. 2002;28(Supl 1).

15. Juniper EF, Svensson K, Mörk AC, Ståhl E. Modification of the asthma quality of life questionnaire (standardised) for patients 12 years and older. Health Qual Life Outcomes. 2005;3:58. [pubmed/open access] [crossref]

16. Rutishauser C, Sawyer SM, Bond L, Coffey C, Bowes G. Development and validation of the Adolescent Asthma Quality of Life Questionnaire (AAQOL). Eur Respir J. 2001;17:52-8. [pubmed/open access] [crossref]

17. La Scala CS, Naspitz CK, Solé D. Adaptação e validação do Pediatric Asthma Quality of Life Questionnaire (PAQLQ-A) em crianças e adolescentes brasileiros com asma. J Pediatr (Rio J). 2005;81:54-60. [pubmed/open access] [crossref]

18. Skov T, Deddens J, Petersen MR, Endahl L. Prevalence proportion ratios: estimation and hypothesis testing. Int J Epidemiol. 1998;27:91-5. [pubmed/open access] [crossref]

19. R Development Core Team (2006). R: A language and environment for statistical computing. R Foundation for Statistical Computing, Vienna, Austria. ISBN 3-900051-07-0. http://www.R-project.org.

20. Taussig LM, Wright AL, Holberg CJ, Halonen M, Morgan WJ, Martinez FD. Tucson Children’s Respiratory Study:1980 to present. J Allergy Clin Immunol. 2003;111:661-75; quiz 676. [pubmed/open access] [crossref]

21. Fagan JK, Scheff PA, Hryhorczuk D, Ramakrishnan V, Ross M, Persky V. Prevalence of asthma and other allergic diseases in an adolescent population: association with gender and race. Ann Allergy Asthma Immunol. 2001;86:177-84. [pubmed/open access]

22. Gilliland FD, Berhane K, Islam T, McConnell R, Gauderman WJ, Gilliland SS, et al. Obesity and the risk of newly diagnosed asthma in school-age children. Am J Epidemiol. 2003;158:406-15. [pubmed/open access] [crossref]

23. Castro-Rodríguez JA, Holberg CJ, Morgan WJ, Wright AL, Martinez FD. Increased incidence of asthmalike symptoms in girls who become overweight or obese during the school years. Am J Resp Crit Care Med. 2001;163:1344-9. [pubmed/open access]

24. Cassol VE, Rizzato TM, Teche SP, Basso DF, Hirakata VN, Maldonado M, et al. Prevalência e gravidade da asma em adolescentes e sua relação com índice de massa corporal. J Pediatr (Rio J). 2005;81:305-9. [pubmed/open access] [crossref]

25. Kushinir FC. Prevalência, gravidade e fatores associados à asma em adolescentes do município de Nova Iguaçu [tese]. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro; 2006.

26. Larson MG. Descriptive statistics and graphical displays. Circulation. 2006;114:76-81. [pubmed/open access] [crossref]

27. Lau S, Wahn U. Pets – good or bad for individuals with atopic predisposition? J Allergy Clin Immunol. 2003;112:263-4. [pubmed/open access] [crossref]

28. Leidy NK, Coughlin C. Psychometric performance of the Asthma Quality of Life Questionnaire in a US sample. Qual Life Res.1998;7:127-34. [pubmed/open access] [crossref]

29. Schmier JK, Chan KS, Leidy NK. The Impact of asthma on health- related quality of life. J Asthma. 1998;35:585-97. [pubmed/open access] [crossref]

30. BouSquet J, Van Cauwenberge P, Khaltaev N; Aria Workshop Group; World Health Organization. Allergic rhinitis and its impact on asthma. J Allergy Clin Immunol. 2001;108:S147-334. [pubmed/open access]

Correspondência:
Katia T. Nogueira
Rua Benjamim Batista, 180/204 – Jardim Botânico
Rio de Janeiro, RJ
Tel.: (21) 2246.1120, (21) 2266.4379
Fax: (21) 2246.1120, (21) 2266.4379
E-mail: katianog@terra.com.br

Este trabalho foi realizado no Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ.

Não foram declarados conflitos de interesse associados à publicação deste artigo.

Artigo submetido em 23.03.09, aceito em 21.10.09.

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Asma nas etapas iniciais da vida: a hipótese da higiene está correta?

11 quinta-feira dez 2008

Posted by Jazz in Pneumologia

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asma, higiene

Asthma in early life: is the hygiene hypothesis correct?
Scott T. Weiss

doi:10.2223/JPED.1857

Desde os estudos originais no final da década de 1980, literalmente centenas de estudos de coorte de nascimento objetivaram documentar o papel da infecção respiratória e susceptibilidade genética no desenvolvimento de asma nas etapas iniciais da vida, incluindo o artigo nesta edição que observa a sibilância na Região Sul do Brasil e explica os resultados com base na hipótese da higiene1.

Conforme formulada originalmente por Strachan, a hipótese da higiene sugeria que irmãos mais jovens apresentavam menos rinite alérgica do que seus irmãos mais velhos, porque tinham infecções mais freqüentes e, portanto, menos alergia2. Von Mutius e outros popularizaram esta hipótese como a explicação para a epidemia de asma3. No meu modo de ver, há dados contraditórios substanciais sugerindo que tanto a hipótese da higiene em si quanto sua capacidade de explicar a epidemia de asma estão corretas.

– Ponto 1: Embora haja uma relação ecológica entre o declínio de todas as infecções e o aumento de doenças de células T do subtipo helper 2 (Th2), a hipótese da higiene não explica porque as doenças auto-imunes de células T do subtipo helper 1 (Th1) aumentaram no mesmo intervalo de tempo que as doenças Th2.

– Ponto 2: Conforme apontado por Platts-Mills e outros, o declínio em doenças infecciosas é um resultado de antibióticos, melhores condições de moradia e melhor qualidade da água, e este declínio antecipou em muitos anos a epidemia de doenças auto-imunes Th1 e Th24.

– Ponto 3: Existem muitas evidências de que os pulmões de crianças suscetíveis à asma e à infecção respiratória são anormais ANTES da ocorrência de qualquer infecção. Dessa forma, danos pulmonares simplesmente não são o resultado do processo infeccioso5,6.

– Ponto 4: Não há evidências de que tenha ocorrido qualquer redução real de número, incidência ou tipo de infecções respiratórias virais ao longo do período de 30 anos em que a prevalência de asma aumentou.

– Ponto 5: Todo o fenômeno da epidemia de doença auto-imune poderia ser explicado por um fator que vem se alterando ao longo do período de 40 anos em que a doença auto-imune aumentou, o que poderia estar associado à ocorrência de infecção e à doença auto-imune Th1 e Th2.

– Ponto 6: A hipótese da higiene não pode explicar as altas taxas de asma entre a população urbana pobre nos EUA e em outros países industrializados.

– Ponto 7: A hipótese da higiene não pode de fato explicar a associação entre epidemia de asma e a industrialização e o gradiente rural-urbano no risco à doença.

A meu ver, a deficiência de vitamina D em grávidas e em seus filhos é a provável explicação para a maior parte do que vimos em relação ao aumento da incidência e prevalência de asma nas etapas iniciais da vida7-10. Ela explica a associação com a infecção, pois a deficiência de vitamina D está associada ao aumento de ocorrência e gravidade de infecção.

Ela explica por que os pulmões estão anormais antes da infecção, uma vez que em modelos animais de deficiência de vitamina D o desenvolvimento pulmonar se encontra anormal. Ela explica as diferenças entre urbano e rural e entre brancos e negros na prevalência de asma e as diferenças na prevalência entre países industrializados e rurais, pois essas tendências refletem as tendências epidemiológicas da deficiência de vitamina D. Tendências foram exacerbadas pela eliminação da suplementação com óleo de fígado de bacalhau durante a gravidez e em crianças pequenas, por maior tempo em local fechado e pelo aumento do uso de protetor solar.

O que é necessário para testar a hipótese de que a causa real da epidemia de asma é a deficiência de vitamina D em grávidas e em seus filhos, e não alterações nas taxas de infecção? Em primeiro lugar, são necessários estudos observacionais com medições cuidadosas de exposição. Para isso, questionários de freqüência alimentar e níveis de vitamina D precisam ser realizados em estudos de coorte de nascimento e no seguimento de crianças. É provável que cerca de 70% de todas as grávidas tenham deficiência de vitamina D, e que esses estudos observacionais possam ter um viés nulo considerável. Finalmente, serão necessários ensaios randomizados e controlados de doses suficientes de vitamina D dadas a grávidas em comparação com multivitaminas para testar essa hipótese. Ensaios como esses estão atualmente sendo conduzidos em diversos locais em nível internacional, e aguardamos seus resultados.

Scott T. Weiss – MD, MS. Professor of Medicine, Harvard Medical School, Boston, MA, USA. Director, Center for Genomic Medicine, Boston, MA, USA. Director, Program in Bioinformatics, Boston, MA, USA. Associate director, Channing Laboratory, Brigham and Women’s Hospital, Boston, MA, USA.

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Dicas para Controlar a Alergia

19 sábado jul 2008

Posted by Jazz in Imunologia, Para Leigos, Pneumologia

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alergia, asma, profilaxia

Sim, existem remédios anti-alérgicos, corticóides, sprays nasais, e vários outros veículos para tratamento da asma e alergias em geral.

O que pouca gente sabe, é que a profilaxia – ou seja, o prevenir – de todas as alergias está basicamente no afastamento dos alérgenos: poeira, mariscos, corantes, cheiros fortes.

Limpando a sua casa, com novos hábitos ambientais, sua criança – e até você mesmo, meu amigo alérgico – fica livre do funga-funga, da vestibulite (aquelas feridinhas nas abas do nariz devidas ao atrito da coçadura que a rinite provoca), da constipação nasal e das crises de asma.

No meu trabalho em Barcarena, onde atendo quase 40 crianças por dia de trabalho, para não ficar escrevendo a mesma coisa sempre, preparei um folheto educativo com as dicas de controle ambiental e alimentar para evitar novas crises alérgicas, aliadas ao tratamento instituído e indicado para cada caso.

* EVITAR:
– usar ventilador: é recomendável que este seja virado para a parede de modo que o vento bata primeiro na parede e depois na criança
– usar talco, perfume, saches perfumados em gavetas: pois a criança é muito sensível a qualquer cheiro.
– usar desinfetantes na casa ou naftalina: esses produtos, MESMO OS QUE NÃO TÊM CHEIRO, matam os insetos, mas também prejudicam a nossa saúde. Estão relacionados com o aparecimento de vários tipos de câncer.
– usar detergente com cheiro nas roupas
– não se deve ter no quarto: bichinhos de pelúcia, caixas de papelão, aquários, cortinas, tapetes, lugares que propiciam o acúmulo de poeira (porta-retratos, livros amontoados), plantas, quadros.
– não se deve ter na casa: animais de estimação, como cachorros, gatões ou aves.
– se houver algum fumante, este não deve fumar DENTRO DA CASA, pois a fumaça fica associada aos móveis e paredes, prejudicando assim a criança, mesmo se ela não estiver em casa no momento.
– ALIMENTOS COM CORANTE não devem ser encorajados: sucos de caixa, danoninho, salgadinhos (skilhos, fandangos), chocolates, refrigerantes, balas e doces.
– evitar quando em crise: mariscos (lula, caranguejo, mexilhão, camarão).
* DEVE-SE
– limpar a casa com pano úmido, pois varrer levanta poeira.
==> A criança alérgica pode brincar normalmente com outras crianças e ter uma vida normal desde que a casa esteja sempre limpa e a criança esteja longe do que lhe causa alergia.

Depois disso você nota a melhora signicativa em toda a qualidade de vida do paciente, já que ele dormirá bem, sem acordar por causa da constipação, acelerando assim o seu metabolismo e crescendo mais também.

Terás uma criança bem disposta durante o dia, com maior rendimento escolar e com criseslérgicas cada vez mais raras.

É importante ressaltar a importância deixar com ele (na mochila do colégio ou onde ele for) uma lista de todas tudo o que lhe causa crises alérgicas: medicamentos, substâncias, alimentos… com o seu número de telefone para contato imediato, caso aconteça algo e você não esteja presente.

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